21 novembro, 2006

Parabéns Jota

Ontem o meu Jota fez 10 anos, uma data importante para ele e para mim também. Lembro-me do dia em que fiz 10 anos, há séculos (pelo menos um), mas lembro-me melhor de cada aniversário teu até porque deixei de ligar aos meus com o passar dos anos.
Para ti o tempo ainda passa devagar, para mim passa a correr, tenho saudades de te ver a tentar apagar as velas e a não conseguires à primeira, dos nervitos na espera das prendas e dos convidados (aí ainda te manténs tal e qual).
Com os teus aniversários vêm à memória tudo o que de bom significa ter um filho que amamos incondicionalmente, do contar as histórias para adormeceres, das incontáveis dúvidas e as perguntas, muitas, que me pões na procura de resposta para tudo e que às vezes se revela uma tarefa bem difícil, mas gratificante.
O Jota já tem dificuldade em lembrar-se das histórias que lhe contava e das músicas que eu lhe cantava no aconchego da cama, mas volta e meia lá te lembras de uma ou outra, o que me dá uma alegria imensa. Ver-te crescer com saúde e amor à tua volta é mesmo o melhor que a vida me dá.
Recordar a tua imagem quando vieste ao Mundo e te puseram nos meus braços pela primeira vez, recordar o teu primeiro passo, a tua primeira palavra (batata), a primeira vez que disseste Papá e depois Pai, recordar o teu primeiro amigo e a primeira amiga, recordar a tua primeira grande tristeza (a morte do teu peixe), recordar a alegria quando abriste a prenda que ansiavas e nem querias acreditar já a teres, recordar a tua primeira queda e a primeira ferida a sério, recordar o teu primeiro dia de escola, a ansiedade e o medo de um mundo novo à tua espera, recordar a primeira vez que andaste de bicicleta sem rodinhas de apoio, recordar a primeira vez que me conseguiste imitar dando três toques seguidos na bola, recordar a música que te fazia parar e ficar como um anjinho ("Jardins proibidos" do Paulo Gonzo), recordar a tua primeira ida à rádio e conhecer a outra paixão do pai, recordar a primeira palmada (que me doeu tanto), enfim, tanto a recordar Jota.
Ontem foi o dia da habitual choradeira quando apagas as velas, agora com dois algarismos, sim, porque um homem também chora quando é preciso.
Que tenhas a melhor vida e que nunca te esqueças do teu velho.
Um beijo do tamanho do Universo.

Pai João

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