Para mim ouvir rádio continua a ser um prazer mas já o foi bem mais. As razões são várias e penso que comuns a quase toda a gente, exemplos como a televisão, as novas tecnologias e a fraca qualidade da maioria das rádios existentes.
Para os pioneiros das rádios livres, grupo no qual eu me incluo, o cenário só pode ser negro. Em 1985, ano em que comecei a fazer rádio, ainda eramos considerados "piratas" mas o conceito de rádio livre já estava instalado e, apesar das dificuldades que a legalização traria, o futuro apresentava-se risonho.
Os mais jovens concerteza que desconhecem a génese da rádio tal como hoje ela se nos apresenta, mas para a nossa geração, a dos anos 80, houve uma rádio que marcou os jovens de Coimbra, falo da Rádio Livre Internacional. Uma rádio que emitia dos lados de Santa Clara, julgo eu, em que os locutores levavam os seus LP's, singles e cassetes para os amigos poderem ouvir em suas casa. Não havia cd's e muito menos computadores, era "tudo à mão" e ao vivo. Mas aquilo que eu mais me lembro de ouvir na RLI era o "Moments in love" dos Art of Noise que rodava em cassete "sem fim" na sua versão de 10 minutos, concerteza que muitos ainda se lembrarão deste clássico. Este conceito de rádio desapareceu, as livres também e agora?
Os grandes grupos compram tudo o que emite ondas hertzianas e as rádios locais vão desaparecendo ao sabor da maré económica de um país "em recuperação". Talvez a solução para as rádios locais fosse uma programação distinta das nacionais, sem "fotocópias" e desligadas das regras da moda. Quem manda nas rádios, e também quem faz rádio, parece ter esquecido qual o obectivo destas existirem, ou não. Os ouvintes, sim os ouvintes esses ilustres anónimos que conhecem música e querem continuar a conhecer novas e velhas tendências.
Todos nós estamos fartos de ouvir as mesmas músicas, novas ou "velhas", nas rádios existentes. Há que mudar esta mentalidade urgentemente com o risco de a rádio morrer, tal não aconteceu quando a televisão surgiu, mas agora isso poderá suceder.
Saudações radiofónicas para todos.
28 outubro, 2006
11 outubro, 2006
A nova geração "crava"
Estava eu calmamente a tomar um café e uma água na esplanada da Praça da República, quando assiti a uma cena que me fez recordar os bons velhos tempos da minha juventude.
Um puto, que não tinha mais de 15 anos, veio "cravar" um cigarro a duas estudantes universitárias que se encontravam numa mesa perto da minha. Eu pensava que já não se "cravavam" cigarros, mas pelos vistos a moda voltou ou talvez nunca nos tenha deixado.
Toda a gente sabe, principalmente os fumadores, que o tabaco não está caro, está apenas acima do poder de compra da maioria dos portugueses. Custa dar quase 3 euros por 20 cigarros que desaparecem num dia ou até menos, basta fazer as contas a quanto se gasta num mês (aconselho vivamente a não as fazerem, a não ser que queiram deixar de fumar).
Para um jovem com semanada controlada, porque há aqueles que são bafejados pela sorte riqueira, imagino que não haja dinheiro pro tabaquito. Estamos assim de volta aos finais dos anos 70 e início dos 80 em que "cravar" um cigarro até dava estilo, imagem que não passava a quem era "cravado", mas um "crava" com estilo tinha sempre lume. Por isso, atenção nova geração de "cravas", tragam sempre um isqueiro (no meu tempo era uma carteira de fósforos) se não quiserem ser "cravas" sem estilo. Fiquem também a saber que quem é "cravado" irrita ainda mais pedirem também lume.
Uma última dica, aproveitem o acto de "cravar" para travar novos conhecimentos, se fores um rapaz "crava" uma rapariga, se fores rapariga "crava" um rapaz.
Fumar mata mas "cravar" ajuda quem é "cravado" a fumar menos um cigarro.
Ah! É verdade, por favor não me "cravem".
Um puto, que não tinha mais de 15 anos, veio "cravar" um cigarro a duas estudantes universitárias que se encontravam numa mesa perto da minha. Eu pensava que já não se "cravavam" cigarros, mas pelos vistos a moda voltou ou talvez nunca nos tenha deixado.
Toda a gente sabe, principalmente os fumadores, que o tabaco não está caro, está apenas acima do poder de compra da maioria dos portugueses. Custa dar quase 3 euros por 20 cigarros que desaparecem num dia ou até menos, basta fazer as contas a quanto se gasta num mês (aconselho vivamente a não as fazerem, a não ser que queiram deixar de fumar).
Para um jovem com semanada controlada, porque há aqueles que são bafejados pela sorte riqueira, imagino que não haja dinheiro pro tabaquito. Estamos assim de volta aos finais dos anos 70 e início dos 80 em que "cravar" um cigarro até dava estilo, imagem que não passava a quem era "cravado", mas um "crava" com estilo tinha sempre lume. Por isso, atenção nova geração de "cravas", tragam sempre um isqueiro (no meu tempo era uma carteira de fósforos) se não quiserem ser "cravas" sem estilo. Fiquem também a saber que quem é "cravado" irrita ainda mais pedirem também lume.
Uma última dica, aproveitem o acto de "cravar" para travar novos conhecimentos, se fores um rapaz "crava" uma rapariga, se fores rapariga "crava" um rapaz.
Fumar mata mas "cravar" ajuda quem é "cravado" a fumar menos um cigarro.
Ah! É verdade, por favor não me "cravem".
05 outubro, 2006
Daily Show, o regresso
Em boa hora a SIC Radical voltou a transmitir o "Daily Show com Jon Stewart", já tinha saudades do humor sarcástico, corrosivo, inteligente, de bom gosto e nunca ridículo. Adoro comédia, mas não toda, e sem dúvida que Jon Stewart e a sua super-equipa são os reis.
Um jornalismo a brincar com coisas sérias que desencadeia o riso duma forma natural e saudável. O "Daily Show" é considerado o noticiário de referência para os jovens norte-americanos esclarecidos e compreende-se porquê. Sempre de uma forma irónica fala de vários assuntos actuais e, quase todos, importantes. Mesmo os menos importantes são "atacados" da mesma forma séria a brincar. Veja-se que quando são ouvidos os intervenientes da história as duas partes são ouvidas, à semelhança do dito jornalismo sério, mas com uma diferença. A parte que salta à vista não ser dona da razão é ridicularizada, quase sempre de uma forma subtil, por Stephen Colbert, Jason Jones ou outro elemento da equipa. Não existe imparcialidade e isso não é escondido, a razão fica acima de tudo.
Dez anos de emissão por cabo do "Daily Show" granjearam-lhe o respeito de (quase) todos e resultado disso é ilustres, como Bill Clinton, aceitarem sem pestanejar convite para serem postos à prova real de Jon Stewart.
Que venham mais dez anos de "Daily Show".
Um jornalismo a brincar com coisas sérias que desencadeia o riso duma forma natural e saudável. O "Daily Show" é considerado o noticiário de referência para os jovens norte-americanos esclarecidos e compreende-se porquê. Sempre de uma forma irónica fala de vários assuntos actuais e, quase todos, importantes. Mesmo os menos importantes são "atacados" da mesma forma séria a brincar. Veja-se que quando são ouvidos os intervenientes da história as duas partes são ouvidas, à semelhança do dito jornalismo sério, mas com uma diferença. A parte que salta à vista não ser dona da razão é ridicularizada, quase sempre de uma forma subtil, por Stephen Colbert, Jason Jones ou outro elemento da equipa. Não existe imparcialidade e isso não é escondido, a razão fica acima de tudo.
Dez anos de emissão por cabo do "Daily Show" granjearam-lhe o respeito de (quase) todos e resultado disso é ilustres, como Bill Clinton, aceitarem sem pestanejar convite para serem postos à prova real de Jon Stewart.
Que venham mais dez anos de "Daily Show".
02 outubro, 2006
Este país ao ritmo da Europa
Isto de viver num país que está a acompanhar o ritmo de crescimento da União Europeia tem muito que se lhe diga. O nosso Primeiro (sim, o Sócrates) afirmou há dias que estamos no bom caminho, só se for em casa dele e passo a explicar.
Normalmente tendemos a avaliar as coisas pelo que se passa em nossa casa, pelo menos eu sou assim. As coisas não andam a correr bem em termos profissionais, desde Maio que estou sem trabalho e tendo em conta que em 2002 estive dois anos no desemprego, penso que já deu para perceberem a minha desilusão.
O meu primeiro despedimento ficou-se a dever à restruturação da empresa onde estava há 11 anos (facto mais ou menos aceite), mas do segundo fui vítima de uma conspiração lamentável de quem se preocupa com a manutenção dos "tachos" e cobardemente constrói tramoias para "lixar" quem se preocupa apenas com o trabalho e não com tricas, é o país ao ritmo da Europa.
Agora para ajudar à festa a minha mulher também está no desemprego, final de contrato e... rua. Mesmo numa grande e conhecida empresa os lobbies funcionam na escolha e no despedimento de funcionários, o valor e a experiência dos profissionais deixou de ter peso nas maioria das empresas deste país ao ritmo da Europa.
Normalmente tendemos a avaliar as coisas pelo que se passa em nossa casa, pelo menos eu sou assim. As coisas não andam a correr bem em termos profissionais, desde Maio que estou sem trabalho e tendo em conta que em 2002 estive dois anos no desemprego, penso que já deu para perceberem a minha desilusão.
O meu primeiro despedimento ficou-se a dever à restruturação da empresa onde estava há 11 anos (facto mais ou menos aceite), mas do segundo fui vítima de uma conspiração lamentável de quem se preocupa com a manutenção dos "tachos" e cobardemente constrói tramoias para "lixar" quem se preocupa apenas com o trabalho e não com tricas, é o país ao ritmo da Europa.
Agora para ajudar à festa a minha mulher também está no desemprego, final de contrato e... rua. Mesmo numa grande e conhecida empresa os lobbies funcionam na escolha e no despedimento de funcionários, o valor e a experiência dos profissionais deixou de ter peso nas maioria das empresas deste país ao ritmo da Europa.
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